1.27.2012
Futura amiga,

Nunca gostei de que tentassem ler nas entrelinhas quando eu falava. Simplesmente porque fala não tem linha, você fala ou cala. O que capta entrelinha é o olho, não o ouvido. A entrelinha do meio sorriso, que pode ser triste, aquele meio sorriso resignado de quem não conseguiu alcançar a expectativa - sua ou alheia, a entrelinha dos franzidos, sejam eles no cenho, na testa, no canto da boca. Não sei, não sei, sempre desconfiei das entrelinhas. Acho que porque elas sempre são tão fáceis de ser mal interpretadas. A verdade é que aqui é o único lugar que gosto de praticar as entrelinhas. Já fui mal interpretada, mas não ligo, a mente interpreta de acordo com o que há nela. E mesmo que não te deixem acreditar, ela é livre - a mente.
É que hoje acordei assustada, mas assustada sem medo, então se é sem medo não é assustada? Tudo bem, acordei surpresa. Surpresa com o fato de que não dá para ser só, e de que esse fato implica em entrelinhas, bem ou mal interpretadas, e que é coisa da vida isso de não saber o que se quer dizer ou entender o que se ouviu. Vou tentar não ler nas suas entrelinhas, vou perguntar. Quem sabe assim os mal entendidos diminuem?

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